16/05/2024
Os pontos polêmicos e pouco republicanos da futura presidente da Petrobras que a imprensa não mostra
Com a saída de Jean Paul Prates da Petrobras, a imprensa tem divulgado o perfil bacana de Magda Chambriard, apadrinhada pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Mas tem omitido o lado polêmico da substituta de Jean Paul, que o Blog l, com sua mania de pesquisar, encontrou no Wikipedia, a plataforma aberta que revela perfis, que, em casos de publicações falhas, podem ser corrijidas.
No wikipedia de Chambriard, sem contestações, eis um trecho que identifica futura presidente da Petrobras como presidente da ANP, na gestão da presidente Dilma Rousseff:
No decorrer de seu mandato como diretora-geral, sua reputação de gestora técnica e imparcial ficou comprometida, após a ocorrência de situações que puseram em dúvida sua competência e postura ética. Foi criticada por receber salário[9] da Petrobras após ter entrado na ANP e ter assumido cargo[10] na PPSA, empresa criada para gerir contratos do pré-sal, já que passou a ocupar ao mesmo tempo o papel de reguladora e de regulado, o que pode gerar conflito de interesses.
Foi criticada por demonstrar pouca competência e discernimento durante a crise que levou à bancarrota a petroleira OGX (atual OGPar), fundada pelo ex-bilionário Eike Batista. Ao mesmo tempo que Magda Maria elogiava publicamente a empresa,[11] causando no curto-prazo uma alta de aproximadamente 5% nas ações da OGX, sua direção divulgava informações falsas,[12] como parte de um esquema fraudulento de Pump and dump (P&D), gerando expectativas irreais no mercado e prejuízos aos investidores.
A fraude foi investigada pelo MPF, levando ao indiciamento de Eike e mais dois executivos da OGX.[13][14] Também foi notíciado que com exceção de um leilão de pequenos campos usados,[15] que movimentou pequenos valores, o resultado de leilões de blocos petrolíferos promovidos pela ANP na gestão Magda ficou abaixo do esperado.[16]
E durante a passagem pela ANP, Chambriard também teve problemas com o ministro de Minas e Energia. Cono parece praxe entre gestores dos setores de energia e a pasta hoje ocupada por Alexandre Silveira.
Confira:
Sua gestão encontrou dificuldades com a mudança na cúpula do Ministério de Minas e Energia (MME), ocorrendo a substituição do ministro Edison Lobão, com quem Magda possuía uma boa relação, pelo ministro Eduardo Braga, sendo relatado que houve um azedamento na relação com o novo ministro, motivado por discordâncias na ocupação de cadeiras vagas de diretor na ANP.[17]
Após a investigação das fraudes envolvendo a OGX pelo MPF, e da citação do nome do ex-ministro Lobão[18][19] no âmbito da operação Lava-Jato, cujo modus operandi faz uso liberal de interceptações telefônicas e gravações ambientais como ferramenta de investigação, foi relatado que a diretora mudou sua rotina, passando a evitar discussão de temas sensíveis nas dependências do órgão, preferindo reuniões informais em locais variados e em alguns casos pedindo que os interlocutores deixem celulares e outros equipamentos eletrônicos em recinto separado.[20]
Para assumir a Petrobras, Magda terá ainda que ter o nome aprovado pelo Conselho da estatal. Que poderá, ou não, levantar os assuntos polêmicos antes de aprovar o nome da afilhada de Silveira e Costa.