Como o bolsonarista Fábio Faria atua para se aproximar de Lula

O senador Ciro Nogueira (PP) não é o único ex-ministro de Bolsonaro envolvido em estratégias para se aproximar do governo Lula (PT).

O ex-ministro das Comunicações de Bolsonaro, o potiguar Fábio Faria, se uniu ao presidente da CNN Brasil, João Camargo,  para evitar uma queda de braço entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD)  e da Câmara, Arthur Lira (PP).

"O azedume era tanto que preocupou o empresariado, temoroso de que a briga atrapalhasse projetos relevantes, como a nova regra fiscal e a reforma tributária, ambos patrocinados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad", publicou a revista Piauí, que revelou a participação de Fábio.

Responsável pelas relações institucionais do BTG Pactual, Fábio e Camargo fizeram uma lista com doze nomes de diferentes segmentos econômicos para um jantar em Brasília com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Coube a Camargo uma conversa inicial com Rodrigo Pacheco, em São Paulo.

Segundo a revista Piauí, 'menos de doze horas depois da conversa de Camargo e Pacheco em São Paulo, começaram a pousar os jatinhos em Brasília. Os lugares à mesa eram marcados. Haddad ficaria ao lado de Campos Neto

De acordo com a revista, o encontro teve como propósito, a cobrança dos empresários para que Campos Neto reduzisse a brutal taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o órgão que trata do tema.

O empresário potiguar Flávio Rocha, da Riachuelo, foi a voz mais alta: "Nós precisamos dar aos brasileiros a possibilidade de financiamento. O brasileiro quer comprar em dez vezes", disse Flávio Rocha, mostrando que agora, no governo Lula, o 'mercado' parece ter voltado a se preocupar com a pobreza.

Tudo para se aproximar do governo Lula, claro!

Até o ano passado, qualquer movimento que fosse favorável à pobreza, o mercado bolsonarista gritava.

A participação silenciosa de Fábio Faria deixou um recado: ele não é mais bolsonarista.

E mais: ele quer voltar a ser lulista.

Tem como senha a estratégia de dizer que trabalhou pela queda dos juros.