02/01/2023
Bolsonarismo expressou profunda dor de cotovelo ao atacar Janja pela roupa que vestiu para subir a rampa do Palácio do Planalto
[5] Comentários | Deixe seu comentário.O bolsonarismo ainda chora copiosamente a derrota, e atira mais uma vez, como é de praxe, nas mulheres.
Alvo preferencial: Janja, a mulher do presidente Lula, que se nega a ser 'bela, recatada e do lar', como foi Marcela, mulher do ex-presidente Michel Temer...
Se nega muito mais a ser aquela "que aguenta", a "ajudadora do esposo", como foi Michelle, a submissa esposa de Jair Bolsonaro.
A independência de Janja, como mulher que tem profissão e nunca baixou a cabeça para a ignorância machista, tem incomodado os bolsomínions.
E os ataques são pessoais.
Atacam as roupas de Janja, que parece não ter nada mais a ser criticado.
Primeiro foi a blusa usada por ela na entrevista que deu ao Fantástico.
As posições e respostas de Janja não incomodaram ninguém. Mas a blusa que ela usou...
Blusa cara, reclamaram os bolsonínions.
Agora, engasgados com a posse que aconteceu, e que eles juravam impossível, focam mais uma vez na roupa de Janja.
E tome crítica, ironia, memes, atacando a socióloga que virou a primeira-dama que a direita machista e misógena jamais imaginou ver subindo a rampa do Palácio do Planalto.
Sem passado vulgar para ser relembrado, Janja voltou a ser atacada pela roupa que vestiu.
Um modelo que pode até não ter sido unânime, mas que representou a moda brasileira, a estilista mulher, as bordadeiras do sertão do Rio Grande do Norte.
As bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, que fizeram um trabalho primoroso para a roupa da mulher do presidente, também foram desrespeitadas.
Os ataques a Janja atingiram diretamente Patinha Dantas, Acileide, Aline, Kena e Daliane, as bordadeiras de Timbaúba, que além do look da posse presidencial, também bordaram o vestido do casamento de Janja com Lula.
Pensado pela dupla Camila Pedroza e Helô Rocha - sobrinha neta do empresário falecido Nevaldo Rocha e prima do bolsonarista Flávio Rocha, comandante do grupo Riachuelo, o modelito simbólico de Janja incomodou.
Talvez na cabeça dos bolsonaristas, a pantalona de seda que alongou a silhueta de Janja, com um colete e um paletó cheios de representatividade e emoções nos bordados em palha de junco recolhida na praia de Pirangi, tinham que ter sido substituídos por um tailleur ou um tubinho sem charme.
O paletó é forte.
Ninguém fez a leitura simbólica, de que mais do que uma roupa, uma representatividade também subia a rampa do Palácio.
Ninguém é obrigado a amar a roupa da primeira-dama, mas atacar a pessoa pelo que ela veste foi a forma mais clara do bolsonarismo mostrar o quanto está sofrido.
Dizer que a roupa não agradou é livre expressão, mas atacar a pessoa por causa da roupa, é a mais profunda dor de cotovelo.
Aguardar agora próxima roupa polêmica de Janja, que deve estar satisfeita por ser criticada apenas pelo que tem vestido.
No dia da posse, Janja usou outro modelito, também criação da estilista Helô Rocha.
Mas esse não foi questionado, criticado e nem xingado.
Faz sentido. Era um vestido. Talvez representasse menos a mulher forte que a primeira-dama já mostrou que é
O paletó da posse e a camisa do Fantástico incomodaram muito mais.
Andando de fraldas, esses bolsobostas ficam com mimimi eterno com roupas Janjais. Aguardem o Carnaval. Vão surtar
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