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08/11/2021





Morte de José Willams não pode virar moeda eleitoral e respeito à sua família se dará com investigação rigorosa sobre atendimentos no Município e Estado

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A morte de José Willams da Rocha, de 56 anos, que procurou atendimento médico e morreu na sexta passada, não pode e não deve ser politizada.

Deve sim, ser investigada.

Assim como Willams, muita gente morre por falta de atendimento, e isso é inadmissível, seja no âmbito do Estado ou do Município.

E a investigação deve passar por toda a via crucis do paciente na sexta-feira passada.

Segundo uma filha de José Willams, ele procurou ser atendido, assim que passou mal, no Hospital Municipal de Natal.

A Secretaria de Saúde da capital negou que ele tenha dado entrada na unidade.

O que vale ser melhor apurado.

Se ele chegou na recepção e foi orientado a seguir para outra unidade, esse registro de entrada, realmente, não existe, o que não significa que ele não tenha procurado atendimento.

Pelo visto, foi barrado logo na porta.

Com a palavra, o primo de Willams, que é taxista e foi quem o levou ao primeiro hospital.

Não é escondendo a falha que se chega ao fato. É apurando.

Reza o preceito do SUS que não se deve negar atendimento.

Segundo a família do paciente, no Hospital Municipal, mesmo sem dar entrada oficialmente, ele foi orientado a procurar uma UPA ou o Hospital dos Pescadores - ambos da rede municipal.

José Willams achou melhor ir para o Walfredo Gurgel, da rede estadual.

Foi no Walfredo que ele gravou o vídeo que veio a viralizar, e onde deixou claro: “Ninguém me atende”.

O diretor do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, do WG, Tadeu Alencar, disse que o paciente recebeu atendimento onde foi conferida pressão arterial, e que foi orientado a procurar uma UPA ou se dirigir ao Hospital dos Pescadores, unidade compatível com o problema que ele sugeria estar vivendo: princípio de infarto.

Sobre a passagem do paciente pelo Walfredo, a governadora Fátima Bezerra determinou que fosse feita uma “apuração rigorosa”, considerando “inadmissível” a falta de atendimento.

Cabe aos órgãos de controle a investigação rigorosa, na Saúde da Prefeitura, na Saúde do Estado.

José Willams morreu ao ser atendido no Hospital dos Pescadores, e de infarto, como ele mesmo previa ao tentar ser atendido no Hospital Municipal e no Walfredo Gurgel.

O caso da vítima da saúde pública não pode ser politizado, mas não pode deixar de ser investigado.

O respeito à memória do homem de 56 anos e à sua família, não virá com o uso da imagem dele em um palanque lotado de políticos se estapeando em busca de poder e votos.

Virá sim, com o uso da imagem dele em uma mesa de um fórum, lotado de juristas, dispostos a cancelar quem utiliza a vida humana como moeda eleitoral.

A família de José Willams merece o respeito que ele não teve.

E pronto.

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