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30/05/2015





Empresário preso nesta 6ª feira que ficou milionário nos governos Lula e Dilma é filho de uma potiguar de Acari

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O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, preso nesta sexta-feira pela Polícia Federal, em Brasília, tem um pé no Rio Grande do Norte. Dono de empresas nos setores gráfico e de eventos, Bené, como é conhecido, e o pai Romeu, ficaram milionários durante o Governo Lula, quando começaram a aliança com o PT. Bené é filho de uma potiguar de Acari, já falecida. Quando fizeram bodas de prata, Romeu e a acariense Gracinha, comemoraram com pompas e circunstância e um show de Chitãozinho e Xororó na mansão onde viviam na capital federal. Como atua no setor gráfico, Romeu continua, mesmo depois da morte da esposa, imprimindo gratuitamente os folhetos de divulgação da festa de Nossa Senhora da Guia, padroeira de Acari. Na operação desta sexta-feira, duas pessoas chamaram mais atenção: o quase acariense Bené, e a jornalista Carolina de Oliveira, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que foi alvo de busca e apreensão em seu apartamento. Abaixo reportagem da revista Época, sobre os dois personagens da operação Acrônimo: Da revista Época: Turma do homem forte de Pimentel tinha até contrato com a lobista Erenice Guerra A Polícia Federal descobre um esquema milionário operado por amigo do governador de Minas Gerais. O Ministério Público acusa a mulher de Pimentel de conivência com os desvios FILIPE COUTINHO Na manhã desta sexta-feira (29), quando subiram pelas escadas do Bloco B da 114 Sul em Brasília, rumo ao confortável apartamento no 4º andar, os agentes da Polícia Federal sabiam que adentrariam um endereço que guarda alguns dos maiores segredos da República. O apartamento é uma espécie de sede paralela do Palácio das Mangabeiras, residência oficial do petista Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais. Está registrado em nome da mulher dele, a jornalista Carolina de Oliveira Pereira (na foto acima com o marido). Durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, quando era o poderoso ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Pimentel e sua então namorada Carolina promoviam jantares discretos com políticos, empresários e lobistas, segundo fontes que participavam desses convescotes. A sala ampla acomodava bonitos quadros e uma mesa de jantar para oito pessoas. Uma empregada com uniforme servia sorrisos e boas bebidas. Falava-se muito de negócios, especialmente no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Pimentel era presidente do Conselho de Administração do banco. Pimentel morava no apartamento. Guardava suas coisas lá. Agora, os agentes da PF recolheriam, com ordem judicial, o que houvesse no imóvel: dinheiro, computadores, pen drives, papéis. Ainda no começo do dia, também em Brasília, os agentes estiveram na sede da Oli Comunicação e Imagem, empresa que pertence a Carolina. A operação da PF, batizada de Acrônimo, investiga um esquema de lavagem de dinheiro desviado de contratos com o governo federal. A PF estava na rua – e nos bons apartamentos de Brasília e de outras cidades – para buscar mais provas do esquema. Entre os alvos, além da primeira-dama de Minas, brilhava um empresário que participou da campanha de Pimentel e da primeira eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010: o empresário Benedito Oliveira, o Bené. ÉPOCA obteve acesso ao inquérito da operação. De acordo com o Ministério Público Federal, que fundamentou os pedidos de busca e apreensão em 90 endereços, a Oli “seria uma empresa fantasma, possivelmente utilizada para os fins da ORCRIM (organização criminosa) com a conivência de sua proprietária Carolina de Oliveira Pereira” (leia abaixo).  >> Quem é Bené, o empresário amigo de Fernando Pimentel preso pela Operação Acrônimo Foi exatamente o que revelou ÉPOCA em novembro passado, numa reportagem. Nela, a revista, com base em entrevistas com a turma de Pimentel e documentos sigilosos, demonstrava que a empresa de Carolina era fantasma. Mostrava também que a ascensão financeira de Bené, dono de gráficas e empresas de eventos com contratos no governo petista, coincidiu com a ascensão política de Pimentel. Bené até indicara assessores e um secretário do Ministério do Desenvolvimento. E fora o dínamo da campanha de Pimentel ao governo de Minas.    >> Sócio de empresário acusado de corrupção trabalhou na campanha de Fernando Pimentel A reportagem de ÉPOCA alavancou uma investigação da PF sobre Bené, que começara no mês anterior. Durante a eleição, ele fora detido no aeroporto de Brasília, num King Air de sua propriedade, com R$ 116 mil. Vinha de Minas. Não esclareceu a origem do dinheiro. Como se revelou na reportagem, o prefixo do avião (PR-PEG) trazia as iniciais dos filhos de Bené – daí “Acrônimo”, o nome da operação da PF. De acordo com a investigação que se seguiu, culminando com as batidas na sexta-feira, Bené era o cabeça do esquema. Foi preso, assim como o publicitário Victor Nicolato, parceiro dele, que ajudou a coordenar a campanha de Pimentel no ano passado. O esquema de Bené, segundo as investigações, não era sofisticado. Ele conseguia contratos superfaturados com o governo do PT, valendo-se de sua influência junto a próceres do partido, lavava o dinheiro por meio de uma vasta rede de empresas – e, após embolsar sua parte, repassava o butim para sua turma. Nas palavras da PF, o amigo de Pimentel “seria o operador de organização criminosa estruturalmente ordenada e com clara divisão de tarefas, a qual teria por atividade o desvio de recursos públicos, por meio de contratos não executados e/ou superfaturados com entes federais, mormente no setor de eventos e gráfico, e a posterior lavagem desses recursos, utilizando para tanto diversas empresas, com abuso da personalidade jurídica e confusão patrimonial, inclusive com interposição de pessoas”. ÉPOCA obteve um documento, já em poder da PF, que mostra que a investigação esbarrará em outra personagem que também orbitou a campanha e a convivência de Dilma: a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Em maio do ano passado, Erenice acertou um contrato de sociedade com a Brasil Século III, de Virgílio Guimarães – era por meio dessa empresa, segundo a investigação, que o petista recebia dinheiro do esquema de Bené. De acordo com a PF, o ex-deputado petista, cuja biografia se notabilizou por ter sido o agente que promoveu o encontro do publicitário Marcos Valério, preso como operador do mensalão, com o PT, era destinatário do “envio frequente de recursos financeiros de Benedito” em benefício próprio e “outras pessoas indicadas”. O contrato entre Erenice e Virgílio visava “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo” da FBM Farma, uma indústria farmacêutica pertencente ao grupo Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares, que mantém em 2015 contratos de R$ 10,6 milhões com o governo federal. Em 2014, a empresa recebeu R$ 61,4 milhões dos cofres públicos, o dobro do ano anterior. A companhia, que já foi alvo de investigação do Tribunal de Contas da União, contratou Erenice Guerra para advogar em seu favor.    A relação próspera entre Bené e o PT resultou numa multiplicação extraordinária da fortuna do empresário. De 2005 para cá, o faturamento de seu grupo formado por cerca de 30 empresas passou de R$ 400 mil para R$ 500 milhões. Esse salto gigantesco foi impulsionado graças a contratos superfaturados fechados com órgãos públicos, segundo a Polícia Federal. As empresas de Bené possuíam contratos de centenas de milhões de reais com os ministérios das Cidades, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, entre outros. A Gráfica e Editora Brasil, controlada pela família de Bené, recebeu R$ 294,2 milhões entre 2004 e 2014. Quase um terço desse valor foi desembolsado pelo Ministério da Saúde. O inquérito da PF apontou ao menos 39 contratos com indícios de irregulares encontrados em auditorias realizadas pelo TCU e pela Controladoria-Geral da União. “São várias empresas com sócios entre si, com os mesmos endereços, sendo algumas delas fantasmas. O objetivo disso era realizar a lavagem de valores, provavelmente oriundos de fraudes licitatórias”, diz o procurador da República Ivan Cláudio Marx, do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal no Distrito Federal e responsável por conduzir o caso com a Polícia Federal. Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini afirma que Carolina Oliveira “viu com surpresa a operação de busca e apreensão” em sua antiga casa, em Brasília. “Carolina acredita que a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”, diz o texto. O governo de Minas Gerais afirmou, em nota, que não é objeto da investigação. Procurado, o advogado de Bené, Celso Lemos, não retornou as ligações. ÉPOCA também não conseguiu contato com o ex-deputado Virgílio Guimarães e Erenice Guerra. Agora, os investigadores tentarão identificar o destino dos recursos desviados. O delegado do caso, Dennis Cali, deu pistas dos próximos passos. Perguntado se Pimentel era um dos investigados, o delegado dizia que não. E completava: “Até o momento”.

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