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25/12/2014





Rosalba diz que ‘da maneira mais dolorosa’ descobriu que política e amizade não andam juntas

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No apartamento que nunca desativou, e onde tem tentado aliar os momentos de reflexão a exercícios na esteira, ou a filmes que escolhe no Netflix, a governadora Rosalba Ciarlini desabafou. Ao Blog, disse ter chegado à conclusão que política e amizade não caminham juntas. E revelou a decepção com o grande aliado José Agripino Maia. E com os parceiros, que em vez de ajuda-la, lhe atiraram pedras, dando provas de que o projeto de lhe excluir da vida pública já era premeditado.

Mas revela que, apesar de tudo o que lhe aconteceu, está ‘inteira, em pé’.

 

Thaisa Galvão – O que faltou para Rosalba Ciarlini tentar reeleição? Faltou partido ou faltou aliado, amigo...

Rosalba Ciarlini – Na verdade....acho que foi...faltou exatamente o que...você já disse, né? (Risos...) Você já disse... Foi a grande decepção porque aquele não era o José Agripino que eu conhecia, que durante décadas tinha sido o líder, né?, de toda a minha trajetória política...

Thaisa Galvão – Política e amizade. Isso existe? Assim, tudo junto?

Rosalba Ciarlini – (Silêncio...) Da maneira mais dolorosa eu descobri que não.

Thaisa Galvão – A senhora foi abandonada pelos seus aliados ou a senhora abandonou os seus aliados?

Rosalba Ciarlini – Na realidade eu acho que faltou solidariedade nos momentos mais difíceis porque muitos sabiam, todos sabiam, que eu não ia encontrar um Rio Grande do Norte como desejávamos. Sabiam das dificuldades, das dívidas, da desorganização administrativa...que precisava se tomar medidas para dar um novo rumo, e esse período era um período doloroso, difícil, de medidas antipáticas, de contenção, de superar muitas barreiras, inclusive culturais, naturais de toda história política. De fazer um governo com a visão do coletivo precisando da força política para conseguir meios, recursos para os projetos, e que essa força política não fosse voltada para o interesse só político, da politicagem. Então nessas horas as pessoas, às vezes são muito imediatistas e é aquela velha história, na hora das dificuldades são poucos aqueles que tem a coragem de dar a mão e ir em frente.

Thaisa Galvão – Durante um bom tempo o núcleo forte do governo era formado por Rosalba, pelo senador José Agripino, pelo deputado Henrique Alves. As mesas de quaisquer comemorações tinham sempre essas pessoas. A senhora sente falta delas? Elas tinham sentimento de amizade para com a senhora?

Rosalba Ciarlini – Olhe, hoje eu faço uma avaliação e vejo...eu estou aqui inteira, em pé, olhando pra frente. Com sentimento de que fiz uma administração honesta, séria, planejando um futuro de desenvolvimento, mas, a gente refletindo, vê que, na realidade já havia um trabalho, pareceu, de me excluir da vida pública. Tanto que, por exemplo, as coisas positivas, boas, dificilmente eram valorizadas, até difíceis de serem noticiadas. Vou dar um exemplo com a Saúde: se você entrar no ranking do Ministério, vai ver que o Rio Grande do Norte está numa situação, a nível de Nordeste, de avanços e melhorias em relação ao sistema SUS. Mas não era isso o que aparentava. Parecia que todos os problemas do Brasil só aconteciam aqui.

Thaisa Galvão – A TV Globo, aqui comandada pelo seu ex-aliado Henrique Alves, mostrou a Saúde sempre como o pior problema. Faltou essa parceria?

Rosalba Ciarlini – Você chega em Brasília você sabe. Eu tive essa experiência com o motorista da representação do Governo, que teve um acidente, e fui tentar ajudar. Fiquei estarrecida porque, em Brasília, no Hospital de Base, o corredor era superlotado, e esse senhor estava lá, já ha mais de 12 horas sem ter tido nenhum atendimento. E isso era em Brasília, na cidade da maior renda per-capita do país, na cidade que está ali convivendo diretamente com o governo federal, então o problema é nacional, e aqui nós fizemos todo o esforço. Sei que muito, muito mesmo ainda precisa ser feito, mas hoje nós temos o Plano Estadual da Saúde, nós sabemos o que é necessário ser feito, dessas medidas muitas já foram feitas e vamos deixar tudo preparado para cada vez mais ir melhorando. A mesma coisa de Segurança. Se criou uma imagem que o Rio Grande do Norte parecia que era o Estado mais violento do Brasil, quando na realidade, os nossos vizinhos, vá para o Google e veja as informações, nossos vizinhos, Ceará e Paraíba, estão em situação pior porque a questão de Segurança é nacional. Ações nós tivemos. Estruturado, melhorado, compramos equipamentos, valorizamos os policiais, porque os policiais praticamente dobraram seus salários. Na Educação não foi diferente, mas 4 anos é pouco para as pessoas sentirem o resultado. E a oportunidade que eu tinha, de mostrar, explicar, esclarecer como as coisas estavam sendo feitas, numa campanha, me foi tirada.

Thaisa Galvão – Tinha muito a esclarecer...

Rosalba Ciarlini – Lembra da Inspar? Assim que assumimos, aquela inspeção veicular, que ia cobrar do cidadão mais de 100 reais para um sistema privado, e não ficava nada para o Estado? Ainda tinha isso... Então nós esbarramos aquele processo e todo mundo sabe a história, o Ministério Público foi investigar e deu no que deu. E assim sempre tivemos esse cuidado, esse zelo, e passamos os 4 anos, dentro dessa linha.

 


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