Dom Eugênio Sales: anos pregando a palavra de Deus...para alguns

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Quando receber a governadora eleita Rosalba Ciarlini, o senador Garibaldi Filho, mais deputados e autoridades, para festejar seus 90 anos de idade, amanhã, no Rio de Janeiro, o cardeal Dom Eugênio Sales certamente vai ficar muito feliz.
Claro...tem gente que fica muito feliz diante de autoridade, mas não tem o mesmo comportamento diante de pessoas humildes.
Eu confesso que não nutro a menor simpatia pelo religioso, meu conterrâneo de Acari.
Não me orgulha ser conterrânea dele, por causa de uma cena que presenciei quando ainda nem fazia a faculdade de Jornalismo.
Estava eu, na frente da igreja de Nossa Senhora da Guia, tipo meio-dia, num 15 de agosto...
A tradicional Missa das 10 horas, no último dia da festa da padroeira, tinha acabado de ser celebrada, tendo ele como um dos muitos celebrantes.
No pátio em frente à Matriz, Dom Eugênio conversava com a minha mãe, minha tia e mais uma pessoa que eu não lembro mais quem era.
Nas mãos dele, um pacote de santinhos, daqueles que na frente tem a imagem e atrás uma oração.
Não lembro se era Nossa Senhora da Guia.
No meio da conversa, que eu apenas observava, eis que chega uma senhora pobre, preta e mal vestida...que parou, estendeu a mão ao religioso c omo quem pede uma esmola... e pediu um santinho.
Ele olhou pra ela com ar de superioridade, e com a arrogância de quem nega um copo de água a alguém, virou a cara e deixou a senhora...pensando só.
Na minha rebeldia de adolescente, soltei um desaforo bem alto e saí de perto.
Pra nunca mais me aproximar dele.
Que prega a palavra de Deus...assim.
Não gosto. E pronto.
Mas que amanhã ele vai ficar feliz...ah, vai...