Wilma encara uma jaula com 4 leões famintos

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Uma jaula com 4 leões, famintos, mas com prato de comida para apenas um...
Foi esse o tom do comentário de ontem, do publicitário Alexandre Macedo, na 96FM, discorrendo sobre o fato da governadora Wilma de Faria ter 4 aliados disputando a vaga única de candidato a governador....
Sobre o complicado assunto, veja o que comentou Macedo, na sua volta ao Jornal 06.

Se Wilma optar por Iberê, alguns vão achar que a solução foi a mais óbvia, afinal ele é seu vice-governador; foi um aliado dos mais importantes na sua reeleição em 2006, quando, juntos, derrotaram o até então imbatível Garibaldi Filho; passou todo o governo ajudando-a política e administrativamente, inclusive sendo seu secretário dos Recursos Hídricos; que se saiba não fez pressões ou chantagens; tem experiência administrativa e política de sobra, e, principalmente, é do seu partido, o PSB.
Sim, e um pequeno detalhe a mais: vai estar sentado na cadeira de governador na hora H da eleição.
Se ela optar por Robinson Ffaria, outros vão dizer que ela foi esperta, porque ele também é seu aliado, também foi importante para sua eleição, em 2002, e reeleição, em 2006; além disso, é um deputado experiente, comanda mais de um partido político e é o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado.
Bom, mas e se ela optar por João Maia? Nesse caso, alguém dirá que foi uma boa sacada. João Maia é um político sem amarras ideológicas, apesar de sua clara opção pelo liberalismo econômico, e, dizem, tem as condições políticas e estruturais para alavancar e manter uma candidatura a governador. Além disso, foi seu secretário de Estado e poderá agregar novas forças democráticas ao palanque da governadora.
No caso da escolha ser pelo nome de Carlos Eduardo, terá quem afirme que a governadora acertou, afinal Carlos Eduardo já teve sorte quando ganhou de Wilma a Prefeitura de Natal, por que não teria a mesma sorte numa disputa para o governo com o apoio dela? Alegariam, inclusive, que ele agora é dono de um partido, além de ter vivência no legislativo e executivo, afinal foi deputado, secretário de Estado e prefeito.
É verdade. Cada um tem seus méritos e seus cacifes, mas também sua caixinha de problemas, principalmente em manter a coerência na aliança com a governadora até a hora H da eleição.
Eu não disse até a hora H das convenções. Eu falei até a hora H da eleição, do voto.
Porque se algum desses nomes estiver pensando em só se manter aliado da governadora se, lá na frente, ela disser que ele é o seu escolhido, é melhor ir ensaiando um novo discurso para o caso dessa hipótese não se concretizar, pois dos quatro nomes, só um vai ter essa primeira vitória. É o óbvio, porque só há uma vaga.
Dizem até que pode ter um ou outro que já anda cantarolando embaixo do chuveiro outra canção que não o vermelho de Ffafá de Belém, que Wilma gosta tanto, mas, até que chegue o dia D, é melhor acreditar que todos estão, de verdade, cantando o mesmo hino da união e lealdade, palavras muito fáceis de serem ditas, e muitas vezes difíceis de serem exercitadas.
Ora, meus amigos, se cada um desses políticos passou os últimos anos dizendo que a governadora é um avanço na política do RN, e que seu governo estava fazendo o bem pelo Estado, como é que, na hora H, vai desdizer tudo o que já disse?
Eu sei que há solução para quase tudo na política, mas há quem jure ter guardado muitos dos elogios de todos eles à Guerreira.
Na verdade, a governadora, como todo mundo reconhece, é uma expert na arte política, mas pode estar vivendo mais uma situação complexa, pois só tem uma chave para abrir uma das quatro jaulas onde se encontram os quatro grandes leões da sua aliança, todos famintos de voto e poder.
Mas o danado mesmo é se aparecer alguém disposto a convencer a Guerreira que tá difícil de resolver essa bronca e que o melhor é ela arranjar um quinto leão, ou, uma nova leoa para essa luta na selva da eleição 2010. E será que existe?